Há nos teus olhos de dominador,
No teu perfil altivo de romano,
No teu riso de graça e de esplendor
Um misterioso ideal divino e humano.
Cruz de Cristo sangrando sobre o pano
Das velas altas, lá vai, sobre o fragor
Dum mar sereno, cristalino e plano,
A tua barca de conquistador!
Eu quero ir contigo a esses distantes
Reinos! Deixa-me erguer as brancas velas,
Ser um dos teus audazes navegantes!
Meus olhos cegos são dois poços fundos...
– Conta-me o céu! Ensina-me as estrelas!
Mostra-me a estrada dos teus Novos Mundos!
Outubro de 1930
Florbela Espanca
Esparsa Seleta (1917-1930)
Nenhum comentário:
Postar um comentário