Pelo número de publicações – impressas ou virtuais – e de
lojas especializadas que temos hoje em dia, além de tantos aficionados e
bonsaístas, amadores ou profissionais, pode-se chegar à conclusão que esta
arte tem conquistado cada vez mais espaço no Brasil.
Eu não sou bonsaísta profissional. Sou um simples amador e
amante da arte de bonsai. Gosto de ler sobre o assunto e tenho uma pequena
coleção de árvores. Tenho ótimos amigos bonsaístas! Ter bonsai implica ter
amigos bonsaístas. Em minha opinião, bonsai ajuda a formar o caráter da pessoa,
gera comunhão e respeito pela natureza, é uma arte contemplativa e, segundo
alguns, verdadeira terapia! Há subjacente a essa prática, desde a sua origem na
China, e depois no Japão onde atingiu o ápice, uma espiritualidade profunda,
indelével, que eu não sei explicar, mas entendo sem palavras. Assim como o bonsaísta transforma a árvore, a árvore transforma o
bonsaísta, dizem. O resto é silêncio... e enorme paciência!
Como ando sem assunto para o blog – na verdade estou sem um
pingo de vontade ou inspiração para escrever literatura! – resolvi publicar algumas fotos
e textos sobre minhas árvores miniaturizadas. Vai ser um ótimo passatempo, ao
menos para mim, sempre que me sobrar tempo para bem fazê-lo! Espero que gostem
deste ciclo de publicações, um pouco diferente do que normalmente exponho aqui...
Não vou discorrer sobre técnicas de bonsai e tampouco meus textos terão
fins didáticos. Longe de mim, tais pretensões! Farei tudo bem simples e pessoal. Mas se alguém quiser ler algo
excelente sobre esse assunto, em língua portuguesa, feito para brasileiros e
pensando no cultivo de bonsai em nosso próprio país, eu sugiro em primeiro
lugar os livros de Fábio Antakly Noronha. É o que de mais sério, honesto, coerente,
substancial, bem escrito e belo eu li, sobre a arte de bonsai no Brasil. A mais
vasta bibliografia que conheço sobre esse assunto, infelizmente não tem
tradução para o português. Mas uma coisa é ler sobre bonsai no hemisfério norte
e sobre técnicas que funcionam lá, outra coisa é ler sobre bonsai em nossa
própria terra, clima, natureza...
Em tempo, uma observação: alguns bonsaístas acham que é
importante falar e escrever, sempre, seja para o singular ou plural, "bonsai"
(ex.: o bonsai, os bonsai), porque a palavra é japonesa. Considero isso irrelevante,
diferentemente de outros termos que podem e devem ser mantidos em japonês pelos
bonsaístas! A palavra bonsai foi incorporada à língua portuguesa e tornou-se
absolutamente comum em nossos dias. Pode, sem embargos, reger-se pela estrutura
própria do nosso idioma. É mais simples, elegante e respeitoso ao país que acolhe com
tanto amor esta arte.
Antonio Fabiano
seridoano@gmail.com