Setenta anos redondos,
assim não se quebra o verso.
Na verdade tenho mais.
E então?
Respeito me insulta,
repele fantasias de rapto,
namoros no jardim cheirando a malva.
Quero um paranormal a me ensinar piano,
Consuelo dá aulas, mas seu toque é um martelo
e eu venero pianos.
Mãe não rima com nada,
nem velha,
só aparece telha, ovelha, orelha,
nada que preste. Cansei.
Tem um senhor distinto
querendo arrasar meu ego.
Com certeza minto.
Volta e meia estou perplexa
e toda rima que achei é circunflexa.
Adélia Prado
A duração do dia (2010)
Poema publicado neste blog com licença da Autora
assim não se quebra o verso.
Na verdade tenho mais.
E então?
Respeito me insulta,
repele fantasias de rapto,
namoros no jardim cheirando a malva.
Quero um paranormal a me ensinar piano,
Consuelo dá aulas, mas seu toque é um martelo
e eu venero pianos.
Mãe não rima com nada,
nem velha,
só aparece telha, ovelha, orelha,
nada que preste. Cansei.
Tem um senhor distinto
querendo arrasar meu ego.
Com certeza minto.
Volta e meia estou perplexa
e toda rima que achei é circunflexa.
Adélia Prado
A duração do dia (2010)
Poema publicado neste blog com licença da Autora
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