quinta-feira, 29 de julho de 2010

PARA PENSAR...

Octavio Paz, em seu livro EL ARCO Y LA LIRA (em português “O Arco e a Lira” – Ed. Nova Fronteira), nos diz num monumental epílogo, dentre outras coisas, que ao abolir a noção de divindade o racionalismo reduziu cabalmente o ser humano. Assim, segundo o autor, ao libertarmo-nos de Deus fomos condenados a um sistema mais férreo e a imaginação humilhada se vingou. Como? Fez nascer do “cadáver de Deus” um sem número de fetiches! Na Rússia, por exemplo, divinizou-se o chefe, deificou-se o partido, etc. Entre nós, erigiu-se a idolatria do eu, e esse mal nos levou ao fanatismo da propriedade, posse. Conclui o autor, sobriamente, que o legítimo Deus da sociedade ocidental cristã tem por nome o domínio de uns sobre os demais. Isto é aquilo que também chamamos de opressão e outros nomes feios...
“O Arco e a Lira” de Octavio Paz, que não se ocupa propriamente desse tema acidental, é um grande livro! Traz reflexões desse consagradíssimo escritor sobre o fenômeno poético. Para ele, “poesia não é opinião nem interpretação da existência humana. É revelação de nossa condição original”. Leitura obrigatória para quem gosta da coisa! Fica aí essa modesta sugestão...

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