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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

DIA FELIZ

A verdade sobre a posse das coisas está no fundo ...

... deserto é farelo de montanha
na versão do vento.

E o que é fundo vem à tona e será topo
e o que é força será fóssil.

Cláudia Ahimsa

sábado, 31 de dezembro de 2011

ESTADO DE ESPÍRITO

"Minas é também um estado de espírito. Pode-se ser mineiro sem ter nascido aqui."

Frei Betto
In: MINAS DO OURO (romance),
Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

SEMPRE CLARICE...

...“meu sacrifício é reduzir-me à minha vida pessoal. Fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado. (...) Como aqueles que, no convento, varrem o chão e lavam a roupa, servindo sem a glória de função maior, meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver.”
Clarice Lispector

“Não, talvez não seja isso. As palavras me antecedem e ultrapassam, elas me tentam e me modificam, e se não tomo cuidado será tarde demais: as coisas serão ditas sem eu as ter dito.”
Clarice Lispector

“a prece profunda não é aquela que pede, a prece mais profunda é a que não pede mais”...
Clarice Lispector

In: LISPECTOR, Clarice. “Felicidade Clandestina” (contos), 2ª ed., Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1975, pp. 51, 98 e 112.

domingo, 19 de junho de 2011

FLORBELA ESPANCA


“E não haver gestos novos nem palavras novas!” [*]
Florbela d’Alma da Conceição Espanca
1894-1930


[*]Derradeiras palavras no “Diário do último ano”.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

BELEZA É FUNDAMENTAL

“A beleza salvará o mundo”...
Dostoievski no romance “O idiota”.
E Tzvetan Todorov concorda...

quinta-feira, 24 de março de 2011

sábado, 19 de março de 2011

SUPPLEMENTARY PERSONALITY...

“A thought expressed in a different language may be practically the same thought, but a feeling or emotion expressed in a different language is not the same feeling or emotion. One of the reasons for learning at least one foreign language well is that we acquire a kind of supplementary personality; one of the reasons for not acquire a new language instead of our own is that most of us do not want to become a different person.”

T. S. Eliot
The Social Function of Poetry (1945)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

FEIÚRA FUNDAMENTAL

"A feiúra é fundamental, ao menos para o entendimento desta história. É feia, esta que vos fala. Muito feia."

Moacyr Scliar
("A mulher que escreveu a Bíblia".
São Paulo: Companhia das Letras, 2007)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

HERANÇA

“O dado foi lançado, e estou escrevendo o livro; se para ser lido agora, ou pela posteridade, não importa. Ele pode esperar um século por um leitor, assim como o próprio Deus esperou seis mil anos por uma testemunha.”
Johannes Kepler (1571-1630)
Astrônomo alemão, em transportes de alegria por uma suposta descoberta, no quinto livro de Harmonias do Mundo.

sábado, 22 de janeiro de 2011

ACREDITAR

“é preciso acreditar em sua própria falácia até que ela se enverdadeirize...”
Theo G. Alves

(poeta e ficcionista potiguar)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

RUY DUARTE DE CARVALHO (1941-2010)


“Uma memória a ter-se
mas não aquela que o futuro impeça”


(Do poema “Abertura”. In: Ruy Duarte de Carvalho. Hábito da Terra. Poesia. Luanda, União dos escritores Angolanos, 1988, p. 41.)

Fonte: União dos Escritores Angolanos.

OS PAPÉIS DO INGLÊS

...só se fosse olhar o céu
as cortinas da chuva
adormecer na brisa do calor
e borbulhar suor
no eco dos trovões...



Para quem? Ou a quem?

(...)

Era uma hipótese deslumbrante, delirante, aterradora, sublime, essa de que afinal tinha sido atrás dos papéis do Inglês que o meu pai tinha acabado por colocar-me! Eu estava siderado de emoção, e não era caso para isso?, e saí de casa com a certeza de ir descortinar baleias nos horizontes da Praia Amélia. Vi as baleias, sim, o que é sinal de sorte. Anunciavam o que estava para vir, no imediato e a dar lugar à estória, à nossa estória, enfim.

Ruy Duarte de Carvalho
In: Os Papéis do Inglês ou O Ganguela do Coice
(Ficção angolana)

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Trechos de “Os Papéis do Inglês” (2000) de Ruy Duarte de Carvalho, angolano de origem portuguesa, escritor, cineasta e antropólogo. Autor de vários livros de poesia e uma das vozes mais importantes de Angola e da lusofonia. Recebeu em 1989 o Prêmio Nacional de Literatura de Angola.

Ruy Duarte de Carvalho (Santarém, 1941 – Swakopmund, 2010)

Ruy Duarte de Carvalho - Luís Barra

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

LENTIDÃO

“Quero a lentidão da poesia.”
Affonso Romano de Sant’Anna

LONGO FIO

“Agora não há outra música senão a das palavras, e essas, sobretudo as que estão nos livros, são discretas, ainda que a curiosidade trouxesse a escutar à porta alguém do prédio, não ouviria mais do que um murmúrio solitário, este longo fio de som que poderá infinitamente prolongar-se, porque os livros do mundo, todos juntos, são como dizem que é o universo, infinitos.”

José Saramago
Ensaio sobre a cegueira

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

sábado, 1 de janeiro de 2011

PERSONALIDADE...

"Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade."

Cecília Meireles

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

SUTIL DIVERGÊNCIA ENTRE FILÓSOFOS

Le silence éternel de ces espaces infinis m’effraie...
Blaise Pascal

(1623-1662)

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"Duas coisas enchem o ânimo de crescente admiração e respeito, veneração sempre renovada quanto com mais frequência e aplicação delas se ocupa a reflexão: por sobre mim o céu estrelado; em mim a lei moral. Ambas essas coisas não tenho necessidade de buscá-las e simplesmente supô-las como se fossem envoltas de obscuridade ou se encontrassem no domínio do transcendente, fora do meu horizonte; vejo-as diante de mim, coadunando-as de imediato com a consciência de minha existência. A primeira começa no lugar que eu ocupo no mundo exterior sensível e congloba a conexão em que me encontro com incalculável magnificência de mundos sobre mundos e de sistemas, nos tempos ilimitados do seu movimento periódico, do seu começo e da sua duração. A segunda começa em meu invisível eu, na minha personalidade, expondo-me em um mundo que tem verdadeira infinidade, porém que só resulta penetrável pelo entendimento e com o qual eu me reconheço (e, portanto, também com todos aqueles mundos visíveis) em uma conexão universal e necessária, não apenas contingente, como em relação àquele outro. O primeiro espetáculo de uma inumerável multidão de mundos aniquila, por assim dizer, a minha importância como criatura animal que tem que devolver ao planeta (um mero ponto no universo) a matéria de que foi feito depois de ter sido dotado (não se sabe como) por um curto tempo, de força vital. O segundo, por outro lado, realça infinitamente o meu valor como inteligência por meio de minha personalidade, na qual a lei moral me revela uma vida independente da animalidade e também de todo o mundo sensível, pelo menos enquanto se possa inferir da determinação consoante a um fim que recebe a minha existência por meio dessa lei que não está limitada a condições e limites desta vida, mas, pelo contrário, vai ao infinito."

Immanuel Kant (1724-1804)
Crítica da Razão Prática