sexta-feira, 8 de junho de 2012

APELO


Esta empreitada não é pra iniciantes
É pra quem já cresceu à flor do tempo
Quem sabe de palavras a delicadeza
O enigma...
Seu eco mais profundo.

Pare o poema
Contenha a mão – vento que o infla –
Se o brilho dessa luz não te comove
Se o belo não te leva ao pranto
De beatíficos gozo e aflição
Em seu mistério penetrável-
Impenetrável.

A espada que se impõe
Tem dúbios gumes
Quando pro ataque ataviamo-nos
Co’ elegâncias.

Isso te aflige?
Atire, pois, contra os muros o meu livro
Rasgue a palavra incômoda
Não sobreviva quem souber morrer!

Mas, ah!... Se
Tu chegaste
Aqui
Inteiro ou aos pedaços
– pouco importa! –
Se assim se deu
Não pares nunca, nunca
Antes do fim!...

(FABIANO, Antonio. “Sazonadas”, Rio de Janeiro: Taba Cultural, 2012). 


Nenhum comentário:

Postar um comentário