sábado, 1 de outubro de 2011

Giunto è già ’l corso della vita mia – Michelangelo

/Giunto è già ’l corso della vita mia,
con tempestoso mar, per fragil barca,
al comun porto, ov’a render si varca
conto e ragion d’ogni opra trista e pia.
/Onde l’affettüosa fantasia
che l’arte mi fece idol e monarca
conosco or ben com’era d’error carca
e quel c’a mal suo grado ogn’uom desia.
/Gli amorosi pensier, già vani e lieti,
che fien or, s’a duo morte m’avvicino?
D’una so ’l certo, e l’altra mi minaccia.
/Né pinger né scolpir fie più che quieti
l’anima, volta a quell’amor divino
c’aperse, a prender noi, ’n croce le braccia.

Escrito entre 1552 e 1554 em seis versões.

Um comentário:

  1. "Chegou o curso da minha vida, / ao porto comum, onde se deixa ficar, / por mares de procela, em frágil barco, / a prestar contas do bem e do mal. / Enfim, bem sei quanto erro havia / na apaixonada fantasia que fez da arte / meu ídolo e monarca, e em tudo aquilo / que, a contragosto, todo homem anseia. / Sonhos de amor, alegres um dia, ora inúteis, / de que valem se duas mortes se avizinham? / De uma estou certo e outra me ameaça. / Pintar e esculpir já não bastam para acalmar / minh’alma, voltada para aquele amor divino / que abriu para nos prender na cruz os braços."
    Tradução: Nilson Moulin

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