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Fotografias capturadas do filme “La Dolce Vita” de Federico Fellini, 1960. Anita Ekberg e Marcello Mastroianni na inesquecível sequência da Fontana di Trevi.
O Frei Dino, brasileiro, ligou da Itália há poucos dias me pedindo umas dicas de filme. Obviamente, ele quer ver filmes italianos. Não qualquer filme, mas bons filmes. Filmes de arte. O Dino tem bom gosto, é exigente! E pra essas coisas tem de ser mesmo! Assim, nos entendemos; seja o cinema italiano, francês, alemão (por que não?), russo, português, espanhol, oriental (muito bom nos muitos e distintos!) e, claro, brasileiro. O nosso cinema nacional também tem verdadeiras obras-primas! E essas subdivisões são meras "convenções", o que existe mesmo é cinema! Mas, voltando ao que dizia... Nunca me cansei de ver os clássicos italianos. Não digo que sejam os melhores do mundo, conheço outros cinemas. É que estes filmes italianos são os que mais me divertem e dão prazer! O amigo Naka (com quem aprendi muito) adorava vê-los comigo, para rir mais de mim que dos “fellinis” e demais “inis” que a Itália deu de excelências ao mundo... Sinto uma alegria indizível toda vez que vejo um bom filme! Até se o filme é triste, a alegria é certa pela estética! Mas, sem mais digressões, começo sugerindo que ele veja algo do neorealismo italiano – aquele famoso movimento surgido na Itália de fins da Segunda Guerra, inspirado, por sua vez, no realismo poético francês. É importante, porque isso marcou o cinema italiano – que não é só isso, claro! As dicas que se seguirão em hipótese alguma restringem-se ao referido movimento, o que se evidencia também pelas datas etc.
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Um abraço!
Antonio Fabiano
PS: Qualquer um – além do Dino – pode seguir as dicas aí dadas. São muito boas! Mas ninguém tem obrigação de gostar de filmes assim, só porque isso é “cult”. É? Cafona é fingir gostar do que não gostamos ou ser pernóstico! Cada um com o seu cinema... Esses filmes – infelizmente – não estão disponíveis (só um ou outro) em locadoras mais “comerciais”, onde há predominantemente filmes descartáveis como a grande maioria dos filmes norte-americanos. Isto não é ofensa, muitos deles são feitos para atender a uma demanda comercial, da hora. Os produtores sabem disso! Querem que seja assim, é o normal. Todo mundo vê, depois ninguém mais vê! Lixo. Os de arte, não. Você pode encontrá-los em algumas locadoras especiais onde geralmente o dono é cinéfilo, tem refinado bom gosto e sabe muito sobre tudo da sétima arte. Apreciá-los exige um aprendizado, é claro! Eu falo de filmes que podemos ver a vida inteira, como bons livros, e que nunca se gastam... E quando você os revisita, tem a impressão de que está vendo-os pela primeira vez... de novo! É muito bom! Eu gosto!
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