segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CÉU DA BOCA

Aqui as coisas não são o que são. Peço desculpas ao leitor! Nesta época do ano fico meio abstrato. Os nomes dizem caminhos de um paradoxo sem par. Que fazer? O sentido é invisível, porém largo, como se fora múltiplo caminho, ou mil caminhos que levam a lugares uno.
Nesta terra de movediços chãos, todos sentem o ósculo do fim das tardes – mais o gentil beijo da fria boca da noite.
A piedade dos homens daqui inspira voluntários que tiram ciscos dos olhos d’água e põem sapatos nos pés de vento. Eu rio de tudo isso!
O homem comprou a vida pelos olhos da cara e agora é cego para sempre (disso eu não rio!), anda a palpadelas, condenado a saber o mundo pelo tato. Escrevi isto noutro lugar. Eu às vezes me repito...
No canto do galo acumulam-se gestos e sons que trazem à tona nova manhã. Creio em novas manhãs. Por isso também canto...
Um deus habita o eterno céu da minha boca!

Antonio Fabiano
Belo Horizonte, 19 de dezembro de 2011.
Blog: www.antoniofabiano.blogspot.com
E-mail: seridoano@gmail.com

Um comentário:

  1. Tô me sentindo sem sentido, uma culpa de alienar-me; dizer porque riem e se não disser odeiam calados; mas encontrei, finalmente, o que esperava, acredito em novas manhãs por que eternas como Jesus. O paradoxo maior é esse ódio que o homem cultiva; Eternos Jesus pra você; bjs

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