quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

AUTA DE SOUZA (1876-1901)

“Auta de Souza nasceu em Macaíba, pequena cidade do Rio Grande do Norte, em 12 de setembro de 1876; educou-se no Colégio S. Vicente de Paula, em Pernambuco, sob a direção de religiosas francesas; e faleceu em 7 de fevereiro de 1901, na cidade de Natal. Uma biografia simples como os seus versos e o seu coração...
Ela não conheceu os obstáculos que encheram de tormento a existência de Marcelline Desborde-Valmore. Desde muito cedo, porém, sentiu o horror da morte. Aos quatorze anos, quando lhe apareceram os primeiros sintomas do mal que a vitimou, não havia senão sombras em seu espírito; era já órfã de pai e mãe, tendo assistido ao espetáculo inesquecível do aniquilamento de um irmão devorado pelas chamas, numa noite de assombro.
Assim, desde a infância, o destino lhe apareceu como um enigma sem a possibilidade de outra decifração que o luto.
(...)
A primeira edição do ‘Horto’, publicada em 1900, esgotou-se em dois meses. O livro foi recebido com elogios pela melhor crítica do País; leram-no os intelectuais com avidez; mas a verdadeira consagração veio do povo, que se apoderou dele com o devoto carinho, passando a repetir muitos de seus versos ao pé dos berços, nos lares pobres e, até, nas igrejas, sob a forma de ‘benditos’ anônimos.
(...)”.
Paris, 4 de agosto de 1910
H. CASTRICIANO

“Auta de Souza não pertence nem a uma escola nem a um momento literário. Filiada, por natureza, à corrente das letras femininas em nosso país, nela se destaca, no dizer de Jackson de Figueiredo – ‘como a mais alta expressão do nosso misticismo, pelo menos, do sentimento cristão, puramente cristão, na poesia brasileira’.”
ALCEU AMOROSO LIMA
(Tristão de Athayde)

“Mas a nota mais encantadora do livro [de Auta de Souza, ‘Horto’] é a do misticismo, que dá a algumas das suas poesias o amplo e solene recolhimento de uma nave de templo ressoante da grave harmonia dos órgãos, com balbucios de preces entre suaves espirais de incenso.
(...)
... não convém privar o leitor das surpresas que encontrará, de página em página, neste formoso volume, que vem revelar uma poetisa de raro merecimento. ‘Horto’ será, para os que amam a linguagem divina do verso, um desses raros livros que se leem e releem com um encanto crescente.”
OLAVO BILAC

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