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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

SERISSA CHINESA, A ÁRVORE-DAS-MIL-ESTRELAS

Bonsai de Serissa

Este é o meu dragãozinho chinês. É o meu bonsai de serissa chinesa que, de fato, veio da China há muitos anos.
Seu vaso atual e definitivo é este Onodera vermelho. A depender da luz, o realce da cor do vaso é de beleza indescritível! Eu lamento não ser capaz de mostrar isso nas fotografias. Sergio Onodera é um dos melhores ceramistas de bonsai deste país.

Flores de Serissa

As flores brancas miudinhas são de fato parecidas com estrelas. Quando muito florida, em tempos de calor, a árvore lembra um céu estrelado. Por isso é também chamada de árvore-das-mil-estrelas. 
O estilo deste meu bonsai é Nejikan. Dá-se também a ele o nome de "estilo do dragão".


Durante o inverno, quando a temperatura cai muito, eu costumo trazê-lo para dentro de casa à noite. O frio o irrita sobremaneira, fazendo-o amarelar e perder folhas, o que não é natural nesta espécie.

Obrigado por sua visita ao meu blog!

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

BONSAI DE CEREJINHA, A NOSSA CEREJEIRA SILVESTRE (Eugenia mattosii)

Bonsai de Antonio Fabiano

Esta maravilhosa árvore é nativa. Bela e fácil de cuidar! É rara hoje em dia na natureza, mas bastante difundida pelos bonsaístas brasileiros e fácil de se achar em lojas especializadas.
Já falei mais detidamente dela neste blog há alguns anos. 
Estas são fotos mais recentes de meu bonsai.
O vaso atual é assinado pelo amigo Sergio Onodera.

Cerejas maduras e verdes (note)

Nomes populares: "mini-cerejeira", "cerejeira-silvestre", "cereja-anã", "pitanga-anã", "cerejinha", "pitanguinha", "pitanguinha-de-mattos" (pois foi descoberta no sul do Brasil, no final da década de 1950, pelo estudioso João Rodrigues de Mattos – daí o nome científico Eugenia mattosii).


A cerejinha tem o respeito e a admiração dos veteranos, além de ser uma ótima escolha para iniciantes na arte do bonsai!

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

BOSQUE DE SAKURÁ, CEREJEIRAS-DO-JAPÃO...

Cerejeiras-do-Japão de Antonio Fabiano

Hoje ponho aqui as fotos do meu pequeno bosque de Cerejeiras-do-Japão (SAKURÁ). 

Folhas douradas

É interessante apreciar as mudanças deste bonsai ao longo das estações. Aqui pode-se ver as folhas douradas para a queda sazonal. 

Queda das folhas

Árvores em dormência

Quando as árvores ficam nuas, surgem os botões que se abrirão na florada, após o período de dormência.

Estilo SAMBON-YOSE (três árvores) 

Diferentemente do Japão, no Brasil a sakurá floresce em pleno inverno. No Japão há inúmeros tipos de sakurá. Aqui, apenas algumas conseguiram se aclimatar.   

Quando os botões começam a se abrir

Normalmente elas florescem em julho, mas este ano tudo aconteceu um pouco antes devido as bruscas variações climáticas. A floração é efêmera, brevíssima. 

 
Cerejeira em flor

Hanami é a contemplação destas flores. Em alguns lugares do Sudeste e do Sul do Brasil se faz Sakurá Matsuri, festa japonesa da sakurá (Festival das Cerejeiras). 

Detalhe das flores desta variação de Sakurá

Cerejeiras em flor causam fascínio... Em bonsai, em parques e praças são estonteantemente belas!

Folhas novas na primavera

O atual e definitivo vaso deste bosque é um belo Onodera assinado em agosto de 2016.

Cerejeira Silvestre (árvore nacional), Cerejeira-do-Japão (florada de 2018)
e Ipê-Amarelo (em dormência)

Obrigado por ver as fotos do meu bonsai!

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

OLMO-CHINÊS (Ulmus parvifolia)

Olmo-chinês (Ulmus parvifolia)

Gosto muito deste meu bonsai de olmo-chinês. Pode-se dizer também “ulmus”, como muitos bonsaístas brasileiros preferem chamar. 

Em dormência de inverno

Já falei um pouco dele, quando fiz aquela antiga sequência de publicações sobre bonsai. 

Folhas velhas

Creio que ao longo dos anos consegui realçar algumas qualidades deste bonsai e melhorá-lo paulatinamente. 

Queda das folhas

O vaso é Onodera, eu mesmo o escolhi e considero-o definitivo.

Folhas novas

Este bonsai possui características femininas e seu estilo é Neagari.  

Ulmus de Antonio Fabiano (2019)


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

BONSAI (11) - KUROMATSU ou PINHEIRO-NEGRO-JAPONÊS


(Pinus thunbergii)

O pinheiro-negro-japonês é uma das árvores mais clássicas no universo do bonsai. São longevas e inspiram grande respeito. Veneráveis, desde tempos muito antigos! Pinus de duas agulhas (pares), possui crescimento robusto. Seu calendário de cuidados (metsumi, mekiri, mekaki, hanuki etc.) deve ser, ao longo do ano, rigorosamente obedecido pelo bonsaísta, pois um kuromatsu não tolera erro ou arbítrio. Daí que nunca seja indicado para iniciantes.


Este pequenino pinheiro-negro-japonês tem quase a minha idade. É pequena a diferença de anos entre o meu nascimento e o dele. Trata-se de um dos pinheiros-negros do lendário mestre Hidaka. Hidaka tinha especial predileção por tais árvores, que lhe recordavam o Japão. A elas dedicou-se, magistralmente, até o fim de sua vida.

Osamu Hidaka

Osamu Hidaka (Japão, 1935 – Brasil, 2014) foi o maior nome e creio que o último representante de uma geração antiga de imigrantes japoneses dedicada ao bonsai, geração que marcou época, importantíssima para a história e o desenvolvimento da arte do bonsai no Brasil! Pode-se saber mais sobre ele, através do livro de Mário A. G. Leal: OSAMU HIDAKA – A história de um homem e seus pinheiros-negros.
O meu pinheiro-negro foi cultivado pelo mestre Hidaka desde que era semente, ou seja, através do método misho. Na época as sementes vinham do Japão. Em seguida, o mestre passou a importá-las dos Estados Unidos. Este kuromatsu permaneceu com ele por mais de uma década em Atibaia-SP.



Posteriormente, passou à coleção de Wilson Fracassi, experiente bonsaísta de Jaú-SP, com quem permaneceu por quase duas décadas. Adquiri-o dele, por meio de Luiz Yassuo Nakamura. Registro meu agradecimento ao amigo Wilson Fracassi, que tanto me ensina!


Meu kuromatsu tem o estilo HAN-KENGAI – queda parcial, meia-cascata ou semicascata. Tal estilo retrata árvores que nascem em penhascos, em lugares inóspitos.



Uma curiosidade: a tradição chinesa de bonsai refere-se ao mesmo estilo como "olhando a água", visto que árvores dotadas desta característica, na natureza selvagem, encontram-se, quase sempre, junto das margens dos rios ou lagos, espelhando-se neles. Para os chineses, a característica destas árvores dá, ainda, a impressão de uma pessoa debruçada sobre a água. (Cf. esta informação em BONSAI: the art of growing and keeping miniature trees de Peter Chan).

O atual vaso, Onodera, foi feito exclusivamente para meu pinheiro-negro. Aliás, não é o único Onodera em minha coleção, como devem ter notado, ao lado dos vasos assinados pelo mestre Shugo Izumi. Sergio Onodera – consagrado ceramista e artista de altíssimo prestígio no mundo do bonsai – levou alguns meses trabalhando-o artesanalmente. Sua arte é feita em cerâmica de alta temperatura, algo para durar séculos.



Este kuromatsu, pelo seu tamanho, poderia ser posto em um vaso menor, se eu quisesse ser mais ortodoxo ou se eu fosse levá-lo a uma exposição. Aliás, o vaso anterior, além de redondo era menor, como podem ver nas fotos velhas. Mas eu o encomendei e quis assim. Nele, o pinheirinho permanecerá por alguns anos. Vou estimular seu crescimento, acentuar a queda e aperfeiçoar seu ápice. 



Transplantei-o de um jeito a tornar possível escolher, simultaneamente, duas frentes principais: o vaso posto de quina ou com os dois pés em realce. Dependendo de como se veja, enfatiza-se mais ou menos a força do vaso ou da árvore, elementos constitutivos do bonsai. Mas, em nenhuma das posições, a meu ver, rivalizam-se; antes, complementam-se.

Estimo muitíssimo este bonsai. Com ele faço um humilde tributo à memória de meu pai.





O Brasil, hoje, conta com ótimos bonsaístas em quase todas as regiões; pessoas que vêm desenvolvendo um trabalho sério nesta área, obtendo sucesso em espécies nativas, além de cultivar com impecável maestria as já muito clássicas, aclimatadas. O interesse é realmente crescente, por parte dos compatriotas. Basta ver quantos textos e vídeos há sobre o assunto na internet, feitos por brasileiros, e o número de acessos que têm, além do aparecimento cada vez maior de produtos especializados. Há lojas e viveiros exclusivos de bonsai, bem como pessoas comuns que em suas casas dedicam-se paciente e amorosamente a esta arte. O nosso bom gosto e capacidade têm surpreendido bonsaístas de fora, colocando muitos de nossos artistas em pé de igualdade com os de outras partes do mundo, onde a vivência desta tradição é mais antiga. Claro que ainda não podemos comparar nossos jovens bonsais a certos exemplares do Japão, cujo cultivo atravessou gerações e alguém pode ter em casa uma dessas maravilhosas árvores de séculos. Mas todo magnífico bonsai foi um dia uma semente ou galhinho, e de nada valeria ter uma obra-prima sem entender o caminho. A arvorezinha que repousa em nossa mão, não é menos importante que a mais importante de um famoso bonsaísta. Ambas respiram, bebem água, precisam de cuidados e estão sob o sol que ilumina os seres. É, antes de tudo, um convite à humildade e à gratidão. Pois em qual delas é menor ou maior o milagre da vida?

 Antonio Fabiano
seridoano@gmail.com


* Todas as fotos são de meu bonsai e foram feitas por mim. A foto do mestre Osamu Hidaka foi encontrada na Web sem menção de autoria.