Daniel Faria
Há muitos metros entre um animal que voa
E a escada que desço para me sentar no chão
Mas basta-me um quadrado de sossego
Para a distância absoluta
Está para além do que se vê a janela
[onde me
debruço definitivo
Não é uma aparição
Nem se pode alcançar sem se ir em frente caindo
Só no fim da paisagem estou de pé
[como um
para-quedista que desce
Suspenso como os santos num arroubo místico
Erguido como um anjo em suas asas
E sinto-me ser alto como um astro. Nuvem
Como se fosse um homem
Que levita
POESIA de Daniel Faria. Edição
Vera Vouga. Publicado em Portugal por Assírio & Alvim. Porto Editora, Ltda. 1ª
edição: maio de 2012.