sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Wisława Szymborska (1923 - 2012)


Nadmiar
Wisława Szymborska 

Odkryto nową gwiazdę, 
co nie znaczy, że zrobiło się jaśniej 
i że przybyło czegoś czego brak.

Gwiazda jest duża i daleka, 
tak daleka, że mała, 
nawet mniejsza od innych 
dużo od niej mniejszych. 
Zdziwienie nie byłoby tu niczym dziwnym, 
gdybyśmy tylko mieli na nie czas.

Wiek gwiazdy, masa gwiazdy, położenie gwiazdy, 
wszystko to starczy może 
na jedną pracę doktorską 
i skromną lampkę wina 
w kołach zbliżonych do nieba: 
astronom, jego żona, krewni i koledzy, 
nastrój niewymuszony, strój dowolny, 
przeważają w rozmowie tematy miejscowe 
i gryzie się orzeszki ziemne.

Gwiazda wspaniała, 
ale to jeszcze nie powód, 
żeby nie wypić zdrowia naszych pań 
nieporównanie bliższych.

Gwiazda bez konsekwencji. 
Bez wpływu na pogodę, modę, wynik meczu, 
zmiany w rządzie, dochody i kryzys wartości.

Bez skutków w propagandzie i przemyśle ciężkim. 
Bez odbicia w politurze stołu obrad. 
Nadliczbowa dla policzonych dni życia.

Po cóż tu pytać, 
pod iloma gwiazdami człowiek rodzi się, 
a pod iloma po krótkiej chwili umiera.

Nowa. 
- Przynajmniej pokaż mi, gdzie ona jest. 
- Między brzegiem tej burej postrzępionej chmurki 
a tamtą, bardziej w lewo, gałązką akacji. 
- Aha - powiadam.



Excesso – Wisława Szymborska 
(Tradução de Regina Przybycien)

Foi descoberta uma nova estrela,
o que não significa que ficou mais claro
nem que chegou algo que faltava.

A estrela é grande e longínqua,
tão longínqua que é pequena,
menor até que outras
muito menores que ela.
A estranheza não teria aqui nada de estranho
se ao menos tivéssemos tempo para ela.

A idade da estrela, a massa da estrela, a posição da estrela,
tudo isso quiçá seja suficiente
para uma tese de doutorado
e uma modesta taça de vinho
nos círculos aproximados do céu:
o astrônomo, sua mulher, os parentes e os colegas,
ambiente informal, traje casual,
predominam na conversa os temas locais
e mastiga-se amendoim.

A estrela é extraordinária,
mas isso ainda não é razão
para não beber à saúde das nossas senhoras
incomparavelmente mais próximas.

A estrela não tem consequência.
Não influi no clima, na moda, no resultado do jogo,
na mudança de governo, na renda e na crise de valores.

Não tem efeito na propaganda nem na indústria pesada.
Não tem reflexo no verniz da mesa de conferência.
Excedente em face dos dias contados da vida.

Pois o que há para perguntar,
sob quantas estrelas um homem nasce,
e sob quantas logo em seguida morre.

Nova.
– Ao menos me mostre onde ela está.
– Entre o contorno daquela nuvenzinha parda esgarçada
e aquele galhinho de acácia mais à esquerda.
– Ah – exclamo.

(Szymborska, Wisława. Poemas / Wisława Szymborska; edição bilíngue: português/polonês; seleção, tradução e prefácio de Regina Przybycien – São Paulo: Companhia das Letras, 2011). 


Um comentário:

  1. Saudades das estrelas que não vi durante meses; durante meses nem li estrelas, muito menos ousei analisar os valores das pequenas grandes. Ando meio no automático, mas hoje, uma estrela sem ser cadente, muito incandescente, calorou minha saudade, saudade de ti, meu amigo, saudade de estrelas e poesias.

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