A boca
costurada disse-me uns versos!
Uma
princesa
com
estrelas de alumínio no cabelo
chorava
lágrimas invisíveis. Mas
do alto de
seu castelete
caiam
plumas. Eu vi.
E desta
vez havia a bondade
que
primeiro procuro no que encontro.
O soldado
em estado de emergência
soprava
bolhas de sabão.
O
equilibrista era gordo
de uma tal
magia bufa e empinava
biscoitos
de polvilho.
E outra
vez havia o equilíbrio
que
Einstein tanto viu entre as esferas.
Imaginas?
O acasalamento
dançado
apenas por duas sombras...
Sombras
apaixonadíssimas. Eu vi.
Do
mamelungo a Karagosh
do Bunraku
de Osaka
aos
títeres da Tailândia
e sempre
acreditei em tudo.
Cada
beijo.
Cada
haste.
Cada mão
em luva preta segurando o desabamento súbito.
Em bonecos
eu confio.
Nos braços
de uma calunga-de-fio
a
vacuidade
a
fortuidade
que só se
confere ao sonho.
Pedaço de
pano feliz? Eu creio.
Caroço de
manga vestido de noiva. Eu caso.
E se
apenas dois traços pintados na falange de um dedo
e se a
boquinha disser:
– Olá,
bons dias!
Respondo.
Com toda a
fiação do meu corpo
sorrio.
Poema
de amor para marionete
Cláudia
Ahimsa
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