AVENIDA PAULISTA

O sol escala os prédios da Avenida Paulista e ilumina São Paulo, vai ao longe, autonomamente, subido em sua própria luz, dividido entre vidraças e a pressa dos transeuntes, palavra boa para definir os que vão ao vão de suas noites e medos, vidas e esperanças...

Há, para além do vão, mais luz no fim do túnel do metrô veloz...

O sol não precisa de ninguém, mas se faz menos urgente, aqui, sem praia ou mar, água, sal e dunas...

Incrível é a capacidade humana de ver o que não há! Só falta, nesta altura, qualquer coisa menos absurda aos meus baianos olhos potiguares, olhos ininterruptos de ver Sampa!

Alguma coisa acontece no meu coração?

Descanso os olhos no cinema com pipoca e sentimento. É algum dia de janeiro de 2012.

A coisa mais bonita do mundo é o mundo das pessoas, o que elas levam ou trazem sob seus rostos cobertos de marcas e máscaras, tintas de diversas tribos e outros adereços, aqui, na Avenida Paulista, ou em qualquer lugar do mundo...

Antonio Fabiano

São Paulo, janeiro de 2012.

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Para Allyson e Fabrício