Um homem pode e deve ser julgado por seus atos. Uma e a mesma pessoa é o ator de suas próprias ações – por mais que estas comportem paradoxos. Mas jamais o que o homem é confunde-se banalmente com o que ele faz.
Que dinheiro pode equivaler justamente ao trabalho de alguém? Ninguém pode comprar a excelência da ação de outrem. A remuneração é um acordo simbólico, quase sempre necessário (e muitas vezes injusto), mas nunca o absoluto poder sobre a ação prestada, tal como quem possui um pássaro não é dono de seu canto e, no caso das relações trabalhistas do mundo atual, sequer do “pássaro”.
Assim, nenhum salário está à altura do trabalhador honesto. Este, ao contrário, tem em si mesmo um valor que em hipótese alguma é negociável, possui intrínseca dignidade.
Qualquer sistema de trabalho reducionista, que imponha ao homem acabrunhamento, que o diminua ou o relegue a um nível inferior ou igual ao das coisas, tende à corrupção do próprio gênero (humano) e à autodestruição.
Antonio Fabiano
Belo Horizonte, 02 de maio de 2011.
Blog: www.antoniofabiano.blogspot.com
E-mail: seridoano@gmail.com
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Que azar (para quem trabalha...), o dia do trabalho (quando ninguém trabalha!) caiu este ano num domingo! Ano que vem a gente folga!...
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