terça-feira, 3 de agosto de 2010

VESTÍGIOS

A palavra se interpôs
Entre mim e o silencioso ruído
Do amor...
Desdobrou-se, como um céu de pálio
Ou guarda-chuva azul gigante,
Adornada de enigmas,
Velhas perguntas – belas –
Que não se responderão!
Amarelo
Um cravo nasceu do dia
Em seu primevo clarão...
Abriu-se na mão vazia
Que, aberta, não fecharão.
A alegria dançou
Sobre os traços cômicos
De meu rosto maturado!...
Eis minha face nua,
Primorosamente lapidada!
A marca do tempo em mim,
Com suas unhas de ouro,
Deixou brilhantes vestígios,
Caminhos, linhas de história,
Coisas que vi e vivi...
Fez-se o homem que hoje sou!
Os anos trazem-nos feixes
De aguda consciência,
Lucidez, sabedoria,
Coisa que assombra e nos pasma!
A vida é mesmo um espanto
Tremendo!
Centelha de esperança,
Fagulha de sonho e desejo,
Boca de um virginal fascínio!
Ó mistério antigo!
Ó novo!...

Antonio Fabiano
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Um comentário:

  1. A vida. Dom de Deus. Um mistério...
    Aprende-se com ela a cultivar o cerne e renascer dia após dia. Um abraço. Lúbia.

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