Ouço o ranger de mil bambus...
Como dizer, sem macular a Presença,
Que Deus, a beleza, desceu
E está a dançar no quintal
Em cima das mãos erguidas
Do bambuzal?
Os ventos sopram
Porque nasceram para soprar
E têm asas mais leves que as dos passarinhos.
Tocam com mãos carinhosas
Bem pequenininhas
As pontas do bambuzal
Que estremece e requebra-se
Debaixo dos pés do Altíssimo.
As carpas no lago
Misturam-se às folhas que caem.
Juntam-se estas e aquelas à luz
Sob o som das violas
Das hastes dos capinzais...
É verde o aplauso das palmeiras
Ao sol que se molha nas águas.
Quanto vento e quantas folhas,
caminhos esvoaçantes!
De um canto a outro do orbe
Fez-se tapete e escolta
Para Ele passar...
Antonio Fabiano
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