terça-feira, 31 de dezembro de 2013

ANCHA PELEA

ANCHA PELEA
Antonio Fabiano

Como se mi pecho fuera de acero inoxidable
La verdad rompió su camino
Al través del hilo de su dolor
En ancha pelea.

Las palabras se han hecho de silencios
Y todos los deseos obscuros.

Hay un hombre que escribe cosas raras
Y otro que se muere en su secreto.



PELEJA
Antonio Fabiano

Como se meu peito fosse de aço inoxidável
A verdade rompeu seu caminho
Pelo fio da dor
Em dura peleja.

As palavras se fizeram de silêncios
E todos os desejos obscuros.

Há um homem que escreve coisas estranhas
E outro que morre em seu segredo.

(tradução livre do próprio autor)

_____________________
* MENÇÃO HONROSA no 1° CONCURSO INTERNACIONAL DE LITERATURA DA ALACIB (Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil) em 2013. 

domingo, 29 de dezembro de 2013

CD "SERIDOLENDAS" de WESCLEY J. GAMA

Capa do CD SERIDOLENDAS

Trabalho primoroso do meu amigo músico e poeta WESCLEY J. GAMA.
Grande realização potiguar de 2013 para a glória do Seridó sempre tão farto de talentos!
A capa do disco acima reproduzida é de outro grande amigo, o artista plástico ASSIS COSTA.
Título: "Cabras do Sertão"
Acrílica s/ tela de 2011 em dimensões 100cm x 90cm

Obrigado, Wescley, por tão especial presente de Natal!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

GUERRA E PAZ de CÂNDIDO PORTINARI

... "uma pintura que não fala ao coração não é arte, porque só ele a entende. Só o coração nos poderá tornar melhores e é essa a grande função da Arte. Não conheço nenhuma grande Arte que não esteja intimamente ligada ao povo.
As coisas comovedoras ferem de morte o artista e sua única salvação é retransmitir a mensagem que recebe. Pergunto-me: quais as coisas comovedoras neste mundo de hoje?"
Cândido Portinari
(Trecho do discurso proferido por Portinari a intelectuais e artistas em Buenos Aires em 1947)




Fotografias de detalhes dos painéis Guerra e Paz de Cândido Portinari (AF).

Os painéis “Guerra e Paz” de Cândido Portinari, de valor inestimável, estiveram em Belo Horizonte, por 45 dias, no Cine Theatro Brasil, e foram visitados por mais de 82 mil pessoas. Cada painel possui 14m de altura e 10m de largura. Só por milagre eles serão apreciados ao vivo outra vez pelo povo que inspirou o seu autor. Presenteados à Organização das Nações Unidas (ONU), pelo presidente Juscelino Kubitschek, em 1956, ficam no hall de entrada da sala da Assembleia Geral, em Nova York, onde só têm acesso chefes de estado, alguns convidados de honra etc. Nem mesmo visitas guiadas a turistas passam por ali, onde foram instalados em 1957. Saíram em 2010, para serem restaurados e exibidos no Brasil (a última exposição em território nacional foi esta que se deu na capital mineira até 24/11/2013); no próximo ano voltam para os EUA, mas antes passarão pela França, serão apresentados em Paris. Retornam à Sede da ONU em setembro de 2014.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MASTIGA LÍRIOS - Iara Maria Carvalho

Ilustração da Capa: Elina Carvalho 


Olhar de burro está sempre acolchoado
de um veludo afectuoso
(Mia Couto)

burros com cargas d'água
passam sede no caminho seco.
(Wescley J. Gama)

mastiga lírios com
as patas e
uma coisa de maior 
ternura atravessa
seus pelos.

cambaleia o doce
olhar na paisagem
imóvel, mas
uma cortina de luz
ameaça suas lágrimas.

por isso fica assim
(parado)
a prumo do céu...

o horizonte se encarrega
de deitar o burro nas costas

e a terra ganha um silêncio
ternazulírico.

Iara Maria Carvalho
(Milagreira, Casarão de Poesia Edições, 2011)

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O ANJO MENSAGEIRO DE IRENE VILAR

O Anjo Mensageiro ou Gabriel: Escultura de Irene Vilar
Fotografia de Antonio Fabiano - Portugal - 2013 


O ANJO*

Ou caiu do céu
Ou Deus mesmo o esculpiu
Pelas mãos de Irene!
É Gabriel? É o Anjo Mensageiro?
Não será a boa notícia do amor?

Está no Porto e é belo!
É a pureza sem nome
Encarnada do etéreo!
Delicadeza que triunfa
Sobre a matéria dura
A que nem bronze pode ser
Nem fria
De assim tão mole
De assim tão viva chama:
Lume levado ao cume!

É santa toda obra do amor.

Jacó sou eu e estou ferido!**
Venci ou fui vencido?
Nele deixei meu coração
E trouxe esta saudade imensa
Mais que o mar de Portugal.
Estenderia meus braços
De um continente ao outro
Para abraçá-lo outra vez.
O meu amor maior que os oceanos
Eu depositaria aos pés
Da glória alada
Que não sei bem se é Anjo
Sonho
Delírio meu
Ou Deus
Em asas disfarçado!...

Ficaria muitas horas a vê-lo
Sem me cansar
Até queimar meus olhos de perfeição
Até queimar meus lábios de assim beijá-lo!
E nem sentiria a brisa
Cheiro de porto
O rio que passa Douro
Gaia... o mar!
Que em face de tal formosura
Todas as demais se
Apequenam e
Calam.

Apenas eu e o meu Anjo.

Quando a beleza extrema nos arrebata é assim:
Transverberamo-nos.
Dói de bom
E não se pode fazer mais nada!

Existe o que vi?

Seja lá o quer for... (não sei dizer! mas quero...)
Quero o amor eterno desta obra!

Antonio Fabiano

__________________________

* O Anjo Mensageiro ou Gabriel louvado neste poema é obra da grande escultora portuguesa Irene Vilar (*1930 – +2008). Ele está no Cais de Sobreiras, junto à Foz do Douro, na cidade do Porto.

** Jacó é personagem da Bíblia. Ele lutou com Deus, sem o saber, o qual lhe apareceu disfarçado de Anjo. Jacó venceu o Anjo do Senhor, mas saiu ferido...

Antonio Fabiano é carmelita descalço e poeta brasileiro. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Introduxit vos in terram Carmeli ut comederetis fructum eius et bona illius. Hier. 2.

Fotografia de Antonio Fabiano

Para Jan Poříz


"Para venir a lo que no sabes
has de ir por donde no sabes."
San Juan de la Cruz


Caminho de subida às Muralhas de Ávila (España)
Copyright@AntonioFabiano Set. 2013.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

FEDERICO GARCÍA LORCA (1898-1936)

Federico García Lorca

LIBRO DE POEMAS (1921)

SANTIAGO
(BALADA INGENUA)

25 de Julio de 1918
(Fuente Vaqueros, Granada)



I

Esta noche ha pasado Santiago
su camino de luz en el cielo.
Lo comentan los niños jugando
con el agua de un cauce sereno.

   ¿Dónde va el peregrino celeste
por el claro infinito sendero?
Va a la aurora que brilla en el fondo
en caballo blanco como el hielo.

   ¡Niños chicos, cantad en el prado,
horadando con risas al viento!

   Dice un hombre que ha visto a Santiago
en tropel con doscientos guerreros;
iban todos cubiertos de luces,
con guirnaldas de verdes luceros,
y el caballo que monta Santiago
era un astro de brillos intensos.

   Dice el hombre que cuenta la historia
que en la noche dormida se oyeron
tremolar plateado de alas
que en sus ondas llevóse el silencio.

   ¿Qué sería que el río paróse?
Eran ángeles los caballeros.

   ¡Niños chicos, cantad en el prado,
horadando con risas al viento!

   Es la noche de luna menguante.
¡Escuchad! ¿Qué se siente en el cielo,
que los grillos refuerzan sus cuerdas
y dan voces los perros vegueros?

   – Madre abuela, ¿cuál es el camino,
madre abuela, que yo no lo veo?

   – Mira bien y verás una cinta
de polvillo harinoso y espeso,
un borrón que parece de plata
o de nácar. ¿Lo ves?
                                – Ya lo veo.

   – Madre abuela. ¿Dónde está Santiago?
– Por allí marcha con su cortejo,
la cabeza llena de plumajes
y de perlas muy finas el cuerpo,
con la luna rendida a sus plantas,
con el sol escondido en el pecho.

   Esta noche en la vega se escuchan
los relatos brumosos del cuento.

   ¡Niños chicos, cantad en el prado,
horadando con risas al viento!



II

   Una vieja que vive muy pobre
en la parte más alta del pueblo,
que posee una rueca inservible,
una virgen y dos gatos negros,
mientras hace la ruda calceta
con sus secos y temblones dedos,
rodeada de buenas comadres
y de sucios chiquillos traviesos,
en la paz de la noche tranquila,
con las sierras perdidas en negro,
va contando con ritmos tardíos
la visión que ella tuvo en sus tiempos.

   Ella vio en una noche lejana
como esta, sin ruidos ni vientos,
el apóstol Santiago en persona,
peregrino en la tierra del cielo.

   – Y comadre, ¿cómo iba vestido?
– le preguntan dos voces a un tiempo .

   – Con bordón de esmeraldas y perlas
y una túnica de terciopelo.

   Cuando hubo pasado la puerta,
mis palomas sus alas tendieron,
y mi perro, que estaba dormido,
fue tras él sus pisadas lamiendo.
Era dulce el Apóstol divino,
más aún que la luna de enero.
A su paso dejó por la senda
un olor de azucena y de incienso.

   – Y comadre, ¿no le dijo nada?
– la preguntan dos voces a un tiempo .

   – Al pasar me miró sonriente
y una estrella dejóme aquí dentro.

   – ¿Dónde tienes guardada esa estrella?
– la pregunta un chiquillo travieso .

   – ¿Se ha apagado  dijéronle otros 
 como cosa de un encantamiento?

   – No, hijos míos, la estrella relumbra,
que en el alma clavada la llevo.

   – ¿Cómo son las estrellas aquí?
– Hijo mío, igual que en el cielo.

   – Siga, siga la vieja comadre.
¿Dónde iba el glorioso viajero?

   – Se perdió por aquellas montañas
con mis blancas palomas y el perro.
Pero llena dejome la casa
de rosales y de jazmineros,
y las uvas verdes en la parra
maduraron, y mi troje lleno
encontré la siguiente mañana.
Todo obra del Apóstol bueno.

   – ¡Grande suerte que tuvo, comadre!
– sermonean dos voces a un tiempo .

   Los chiquillos están ya dormidos
y los campos en hondo silencio.

   ¡Niños chicos, pensad en Santiago
por los turbios caminos del sueño!

   ¡Noche clara, finales de julio!
¡Ha pasado Santiago en el cielo!

   La tristeza que tiene mi alma,
por el blanco camino la dejo,
para ver si la encuentran los niños
y en el agua la vayan hundiendo,
para ver si en la noche estrellada
a muy lejos la llevan los vientos.

FEDERICO GARCÍA LORCA

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Can't Take My Eyes Off You - Walk off the Earth (Feat. Selah Sue)

Curiosidades: "Can't Take My Eyes off You" é um single de 1967 interpretado por Frankie Valli. A NASA fez passar a versão original deste single como canção de despertar no dia 23 de novembro de 2008, data do 23º aniversário de casamento do astronauta Christopher Ferguson a bordo e comandante da missão STS-126 do space shuttle OV-105 Endeavour. Conferir a gravação original e vozes do espaço: http://spaceflight1.nasa.gov/gallery/audio/shuttle/sts-126/mp3/fd10.mp3

terça-feira, 16 de julho de 2013

COISAS DA MINHA TERRA...

Visitem este recanto das letras... Encantem-se com os versos de nosso saudoso e imortal Zé Saldanha! Emocionem-se com os áudios de sua voz recitando coisas que a nossa alma potiguar entende... Sigam o link: www.bit.ly/zesaldanha

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Somebody That I Used to Know - Walk off the Earth (Gotye - Cover)

Walk off the Earth é uma banda canadense de indie rock formada em 2006, que fez sucesso pelo mundo produzindo vídeos musicais de baixo orçamento, entre covers e músicas originais. A banda construiu seu público sem qualquer ajuda de gravadoras ou empresários. São mais conhecidos por seus covers de músicas populares no YouTube, utilizando instrumentos musicais incomuns.
O primeiro sucesso da banda veio de versões cover de The Gregory Brothers. O vídeo cover da música "Somebody That I Used to Know" de Gotye se tornou rapidamente popular no YouTube em 2012, atingindo mais de 127 milhões de visualizações em quatro meses e recebendo críticas positivas dos próprios Gotye e Kimbra.
(Vídeo e informações disponíveis na Web)

I knew you were trouble (Walk off the Earth)

Walk off the Earth - banda canadense de indie rock.
Um de meus vídeos favoritos!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

ORAÇÃO DO MILHO - Cora Coralina

Cora Coralina (divulgação)

ORAÇÃO DO MILHO
Introdução ao Poema do milho

Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste, e se me ajudardes, Senhor, 
mesmo planta de acaso, solitária, 
dou espigas e devolvo em muitos grãos
o grão perdido inicial, salvo por milagre,  
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
e de mim não se faz o pão alvo universal.
O Justo não me consagrou Pão de Vida, nem lugar me foi dado nos 
                                                                                             altares.
 Sou apenas o alimento forte e substancial dos que
 trabalham a terra,  onde não vinga o trigo nobre.
 Sou de origem obscura e de ascendência pobre,
 alimento de rústicos e animais do jugo.

Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
coroados de rosas e de espigas,  
quando os hebreus iam em  longas caravanas
buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
quando Rute respingava cantando nas searas de Booz
e Jesus abençoava os trigais maduros,
eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em 
                                                                                 terra estranha.
Alimento de porcos e do triste mu de carga.  
O que me planta  não levanta comércio,  nem avantaja dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor, 
que me fizestes necessário e humilde.
Sou o milho.

Cora Coralina 

OS HOMENS - Cora Coralina

Cora Coralina (divulgação)
OS HOMENS

Em água e vinho se definem os homens.

Homem água. É aquele fácil e comunicativo.
Corrente, abordável, servidor e humano.
Aberto a um pedido, a um favor,
ajuda em hora difícil de um amigo, mesmo estranho.
Dá o que tem
– boa vontade constante, mesmo dinheiro, se o tem.
Não espera restituição nem recompensa.

É como a água corrente e ofertante,
encontradiça nos descampados de uma viagem.
Despoluída, límpida e mansa.
Serve a animais e vegetais.
Vai levada a engenhos domésticos em regueiras, represas e açudes.
Aproveitada, não diminui seu valor, nem cobra preço.
Conspurcada seja, se alimpa pela graça de Deus
que assim a fez, servindo sempre
e à sua semelhança fez certos homens que encontramos na vida
– os Bons da Terra – Mansos de Coração.
Água pura da humanidade.

Há também, lado a lado, o homem vinho.
Fechado nos seus valores inegáveis e nobreza reconhecida.
Arrolhado seu espírito de conteúdo excelente em todos os sentidos.
Resguardados seus méritos indiscutíveis.
Oferecido em pequenos cálices de cristal a amigos
e visitantes excelsos, privilegiados.

Não abordável, nem fácil sua confiança.
Correto. Lacrado.
Tem lugar marcado na sociedade humana.
Rigoroso.
Não se deixa conduzir – conduz.
Não improvisa – estuda, comprova.
Não aceita que o golpeiem,
defende-se antecipadamente.
Metódico, estudioso, ciente.

Há de permeio o homem vinagre,
uma réstia deles,
mas com esses não vamos perder espaço.
Há lugar na vida para todos.

Cora Coralina
(1889-1985)

sexta-feira, 22 de março de 2013

O poema SERPENTE EMPLUMADA de Antonio Fabiano




SERPENTE EMPLUMADA
(Para Emanuel)

Pórtico. Pórtico.

Solidão.

Sibilava a noite
Entre partos de estrelas
Quando a flor do poema
Com escamas e plumas
Se abriu.

Porto.

Estrela aqui
É muito mais que
Bailarina
– menina
Um corpo celeste
Massa luminosa
A boiar no espaço
Facho de luz
Clarão da ribalta
É muito mais!

É mais até
Que mulher do cinema
Garota de Ipanema
Chilrear de pássaro
Cantiga de mãe...

Mas
Grama azul é pouco
Tanto quanto nuvens
Para dizer
Sobre o que rastejava
A deidade.

Ofídia verdade.

Quem decifrará o grão poema?
Grão de areia
Das praias do mar...
Poeira de aquáticas estrelas...
Gota de orvalho transportada
Da rosa
À imensidão do oceano

Pacífico

– o maior de todos os oceanos
do planeta Terra.

Quem?

Terra.
Pupila azul
Que gira gira
Como as crianças quando brincam
Ou místicos sufis em danças extáticas
Negras baianas de São Salvador
Capoeira

Gira

Como girassóis do dia
Que mirando o sol
Avessos a tudo que é estático
Giram

Gira

Como girassóis da noite
Que mirando a lua
Se enamoram e
Giram

Gira

Como em verso lusitano
Este outrora dito comboio de cordas
Que se chama coração

Gira

Como os ponteiros de um relógio
De pulso ou catedral

Como o pião da infância

Como um carrossel de sonhos

Gira

Como o gargalo da sábia coruja.

É possível que ninguém saiba dizer
De tão alado ser
A luminosidade
O fulgor que sai da brecha
De um de seus olhos
Frestas de luz
Festa
Incendida
Em feéricas ilusões.

Amor...
Palavra até então adormecida no poema.

Mas por que dizer ‘poema’ tantas vezes?
Para avultá-lo?
Agigantá-lo aos olhos do interlocutor?

Pedra.
Lugar em que outrora
Falavam os deuses.
Pedra.
Dura pedra.
Ingrata
Pedra
Pedra
Grata.
Pedra.
Broca.
Pedra.
E a desfaçatez de um poema
(Uivo)
Que se contorce
Para nascer.

Dobra-se a rocha.
Fecha-se a porta.
O que ficou ficou.
O que se sabe
É já antigo
Apenas lembra-se
Como algo novo.
Mas algo novo há
No estar a saber
Do que ainda não se sabe
Do que ainda não se disse
Da pedra.

Penetra o poema
Como uma nau.
Negra pantera.
Amor é coisa abissal
Mais que espanto!
É perder todas as palavras
E não saber dizer
De A a Z
O que se sente
E entrementes sentir
Definitivamente
(Que se tentar dizer não pudesse
Morreria).

Conversa comprida é o amor!

Constelação.

Edifício difícil
De escalar...

Depois calar
O segredo
Gritado
Pelas imensidões cósmicas
Do mar do céu
Admirado por Kant
(– ah, o céu estrelado sobre mim
e a lei moral em mim!...)
Imensidão escura
De luz
Que perturbava o coração
A inteligência
De Blaise Pascal
(– o silêncio eternal
destes espaços infinitos!...)
E de milhares de outros gênios
Apagados pelo tempo
Como as noites que ninguém viu.

Ó sabedoria dos pequenos
Maior que a dos filósofos
A olhar o céu
Silentes
E não dizer nada
Rendidos à beleza sem nome.

Céu degredo.
Céu
A duelar com o céu
Da alma dos homens
Que se dizem degredados
Filhos de Eva
Adão.

Céu
Encharcado de cintilações
E soluços
Lágrimas
Acesas
Nuvens
Que duram bem menos

Ilha.

Noite
Talvez
Noite estrelada
Como em Van Gogh
Noite maior a se esboçar
– ainda maior
A partir de uma noite qualquer
De 1889
Em um asilo do sul da França
E outra noite
E outra noite

Noite
Que poderia ser noite
Em qualquer parte do mundo
Em qualquer abrigo
Em qualquer loucura
Hospício
Ou coração humano

Mas que foi noite exatamente lá
E é noite aqui
Agora
Enquanto parte o trem
E passa
Cortando a noite
(Fumaça...)
Partindo a noite
Em setecentas outras noites...

Noite
Enquanto a onda do som
– inesperada visita –
Como ladrão ou amante
Avança pelo muro
Bate na minha janela
Faz tremer meu dia
Escuro.

Noite
Como em 05 de julho de 1979
Ou noite
Como em 11 de fevereiro de 1989
Em algum lugar
Do mundo ou sudeste
Do Brasil
Em alguma parte
Do hemisfério sul
De qualquer ocaso
Na América Latina
– noite.

Noite
Cem anos depois daquela outra noite
Em que se pintou
A Noite Estrelada
E que todas as noites de depois
Sentiriam inveja
Por não ser ela
Por não ser dela
Ao menos uma estrela ou
A mais humilde e pequena
Casa da aldeia
Cipreste verde e ardente
Sarça
O azul da tela
A treva
Uma orelha partida de artista.

Noite maior
Moinhos
E um sentimento
Que vai para além de
Exílios provençais...
Vai...
Arrabaldes da galáxia!

Noite a escorrer dos trópicos.
Noite mais tênue e fina
Que a linha do Equador.
Noite na China.
Noite até em Xanadu.

Noite.

Noite em Tula.

Alta...
Alta...
Muito alta!

Como se se pudesse ver o mundo de cima
Com todas as luzes de todas as casas
De todas as esperanças
Acesas.

Ainda mais alta...

Noite.

Cruzeiro do Sul a luzir
Gigante de braços para o amplexo abertos
Gigante
Como o Cristo Redentor
Do Rio de Janeiro
Impassível
Em face da violência
Em face da impunidade
Da corrupção do meu país
De políticos
De milhares
De cristãos indiferentes
Como o Redentor de pedra e maravilha
Indiferente ou
Talvez – quem sabe –
De algum misterioso modo
A redimir o mundo
A redimir-nos da loucura
Dos hospitais e hospícios
Das favelas
Das intermináveis filas do SUS
Da miséria
Dos pobres e mendigos
Dos moradores de rua
Das crianças pedintes
Em todos os semáforos do mundo
Dos meninos e meninas
Abusados na infância
Da fome
Em minha nação de ricos
Da dor de existir pequeno
Em face de um céu tão grande
E surdo.

É carnaval?

Quando desceu a noite
Cobrindo os mundos
Para além de nossa terra e mar antigo
Com três véus de sombra
E sedução
Surgiu a lua
Luna...

Os filhos da grande mãe se ajuntaram
Para acender o fogo
E ascender graças.

Sete cavalos em pastos
... a pastar.

Então o tempo para.
A senhora dona lua
Volta
– redonda
Atravessa cheia o orbe
Desce
Vai passear
Pela lagoa da Pampulha.

(A noite mais linda
É a que se pode ver
Em plenilúnios
Da lagoa da Pampulha).

Depois
Sopra nos montes
O vento nômade
Com cheiro verde de mato
E mistério...

Ah! vem dos longes inavidos!...
Vem duma terra estranha!
Oigalê!...

Sibila o vento...
A minha alma se levanta já cigana
e dança!
A minha alma indômita
– felina –
Ergue-se
Inda mais singular:
Universal.

O vento varreu
Todas as folhas secas
Do meu quintal
Mais que o vento que beija
A bandeira nacional
Na Praça dos Três Poderes
Em Brasília
Mais que o vento da crítica
Literária do meu país
Mais que qualquer coisa
Menos intangível
Que o brilho
Desta grande noite.

Escuto
Com o coração de poeta
Que cresceu dentro de mim
A voz destas paragens
O grito deste chão.

Acorda o tempo para esta lembrança...

Por um instante a humana tribo habita
Aquele chão
Aquele...
Finca na terra a estaca
Erguem-se as tendas!

Torna-se sedentária.

Nova bandeira é erguida...
Derribam-se as tendas.

Põe-se em fuga
Outra vez.

O pó da estrada fica
Para além

Parte disso é mistério.

Mas baila com o fogo a gente
A gente que é sombra e dança
A gente que é nômade e sonho
A gente que não sabe sono
A gente que é sopro e vida
A gente que é triste e samba.

O povo
Acolhe os dons da eleição.
Parte
Em duas partes
O deserto
O mundo.
Pisa
Chãos inteiros...
Pisa
A flor.
Faz perfume.
Alarga a tenda
A cada passo
E passa...

Dói o poema
Feito de calmaria e lucidez profunda...

A capacidade de tocar alguém
Não está só em quem toca
Mas ainda no poder daquele que é tocado.

Num dado momento
A consciência do meu povo se abrirá...
Dilatada
A alma da minha gente
Abarcará a luz
O calor e o saber profundo
De todas as coisas.

Porque vai sob os pés
Do povo
A alma que
Está na lama
Do barro que se pisa.
Por sob os pés
A cada passo
Nasce a esplêndida
Flor
(não veem?)
Que está na água
Branca e solitária:
A vitória-régia
A iaupê-jaçanã
A que no rio
Soberana reina
(Ó verde imenso!)
E de tão bela
De tão bela
Faz meu coração tremer.

Sim sob os pés descalços
Da minha raça
Se abrirão canteiros
De obras inauditas...
Bocas dirão “ah”
De miradas
Com surpresa se abrirão
Mais e verão
O jamais visto
Pelos olhos
E mirantes
Da nação.

Mitos
Construímos nós
Gente de efêmeros
E desamparados.

Sublime é não saber voltar
Quando em perder-se está a salvação.

Um fruto
Caiu verdinho
Da árvore.
Não amadureceu.
Permaneceu igual
Para sempre
No espaço
E no tempo
Do poema
(Já que muitas coisas
Acontecem
Dentro e fora
Do poema).
A média estação...

Todos os dias
Em pelos
De pernas e braços
Unhas
E células mortas
Vamo-nos aos poucos
Para o nada.

Isso é morrer?

Mas como pode caber
Num homem tão pequeno
Tanta poesia
Tanto sonho e desejo?

(Sonho)

Shangri-La
É coração de amigo...

Ó beatitude
Maravilhosa descoberta:
Todos os músicos
São deuses disfarçados!

Um canto
Quase inaudível
Veio da ave
Sem nome
Que viu na flor
O mel
Do seu delírio.
Um lírio?
Não tinha nome.
E a beijou?
Qual beija-flor.
Pois era a cor e
A própria flor
O mel
Do seu delírio.

Voou...

Ondula! Ondula
Serpente
De cauda prateada
De plumas
Enfeitada
Cabeça
Adornada
Como velhos índios chefes
Banidos do meu país de nus!

Ondula
Na floresta das almas
Ó ser
De confabulações
Antigas
Pente
De cabelos d’ouro
Do desejo
De uma passada inteira
Civilização
Adormecida!

Ondula!

Pausa.

O poema ficou calado.
O poema parou.
Mas é preciso acabá-lo
Juntar mais uma
Ou duas frases de efeito
E encerrá-lo.

Ou... deverá o poeta
Em seu cuidado
Implorar
Que ele aconteça
Inteiro e sem pejo
Sem pressa
Como e quando bem quiser...

Implorar
Com humildade e paciência
Que a poesia venha
Torrencial
(Como chuva milagrosa
Em terra árida
Fazendo explodir do nada cinzento
O verde fênix da caatinga)
Sobre o poema...

Que haja a torrente de Carit
E corvos venham e tragam
Pão e carne...

Que haja outras viúvas em Sarepta
E mais milagres de farinha e azeite
Inextinguíveis...

Que depois do “agora basta”
Se escute a voz que diz:
“Levanta-te! Come!”...

E que haja pão cozido
E cantil d’água
E combustível para mais quarenta dias
E quarenta noites
De jornada...

Pouco importa
Furacão
Tremor de terra
Chamas
Ou o que mais venha a incidir
Sobre rochedos
E colinas amestradas.

Que desça
Como desceu
Sobre o sacrifício de Elias
Um fogo do céu
E pela vida do Senhor
Por quem me consumo de zelo
Sejam outra vez degolados
Os quatrocentos e cinquenta
Profetas de Baal!

O poeta foi ao cume da montanha.
Pôs a cabeça entre os joelhos
E orou.

Tudo estava consumado.

Uma nuvenzinha
Apareceu no céu
Sobre o mar.
Escureceu.
Ouviu-se grande estrondo
Luz
E ventos.

A chuva caiu
Indizível.

A chuva
Caiu.

A chuva.

A...

Chove.

Chove na floresta.
Os bichos se escondem.

Chove
Chove

Na montanha
Chove
Quedas d’água
Chove
Sibila aquática a água
E ainda chove
Chove

Escorre a sabedoria
Caudalosa
O serpear dos rios
Por entre encostas
A timidez
(obscuridade)
Dos barrancos
O olhar miúdo
Das miúdas fontes
Aquele arisco emaranhado
De torrentes
Diluvianas poças
De ilusão.

Chove
E tudo chora
De gratidão
De gratidão e medo
De alegria e medo
De alegria
Por haver água
E ser de água marejada
A esfera azul
Que chora.

O silêncio
De quando Deus refez o mundo
Pelas águas
Atravessou a epopeia.
E no bater de asas
De uma pomba
(Como num piscar de olhos...)
Calou todas as mágoas
Levou tudo
Lavou tudo...

Tudo.

Ouviu-se por último
O ruído de uma leve brisa
(– leve... leve...)
E no tênue sussurro
O perguntar:
“Que aqui fazes?”

“Ardo”.

Depois disso o Senhor
Por quem meu ardente zelo
Arde e zela
Soprará
E da argila do poema
Haverá novo homem...
Sobre os ossos ressequidos
Do poema
Nova carne
E vida.

Deus não pedirá mais
Isaac em sacrifício
Nem sacrifício algum.

Descansaremos
Eu e Deus
Deus que viu que tudo era bom.

(FABIANO, Antonio. Girassóis Noturnos, Rio de Janeiro: Taba Cultural Editora, 2012, pp. 51-73.)



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O FRADE E OS GIRASSÓIS NOTURNOS


O FRADE E OS GIRASSÓIS NOTURNOS

(Márcio Adriano Moraes)*

Para Antonio Fabiano

          O frade sobe ao monte. Sua visão noturna o faz enxergar girassóis nos campos negros do céu, pintados com o expressionismo tenso de Van Gogh. Anjos descem em cascatas, nas tristes horas das águas pluviais, enquanto o monge, de um Carmelo, nas alturas, vê uma raça de assustados. Eis que brilha nos ascendentes o medo de morrer, numa cidade assaltada por Leviatã, pelo pavor das estátuas que se levantam para uma glória póstuma. Pessoas desaparecidas ressoam num país distante, onde pais nascem tortos, ao som das vuvuzelas dos anjos que nunca dormem, mas sonham em se ver livres do sonho. E o frade, nascido deste país ditado por livros não editados, permanece sem perguntas nem ousadias.
           Penetra no labirinto de si para guerrear em prol da paz. Sobre sua cabeça, pairam asas translúcidas, num constante temor servil. Sua ambição está nas forças belicosas das potências dos sétimos céus. E então, Eclesiastes lembra: é vaidade, vaidade das vaidades, tudo é vaidade.
Agora é o réu de um tribunal, cujos juízes são cães. Seu delito: tentativa de assassinato. Mas sua vítima não pode ser morta. Ela, a noite, já traz em sua pele a cor mortiça. E o dia, em sua intensa claridade, convida a um enlace que se desfaz sempre com o crepúsculo.
Seguem-se os gritos. A dor do mundo crescida continuamente com a loucura do poeta que se cala, e fala e grita e morre e mata. Filho adotivo das máquinas dos homens, farto do falso maná do progresso, alimento custoso da ambição consumista. Arremessai, portanto, dos altos prédios os filhos ainda não nascidos, trucidai-os no próprio ventre com agulhas de tricô. Embriagai o mundo de esperança para perdê-lo; e, assim, salvá-lo. Voltar ao primitivismo, à perfeição, ao estado puro de existir. Estar de novo nu, como um recém-nascido.
O frade, em sua noturna observação e desatino, lança a âncora de sua língua de seu próprio navio nos mares misteriosos do coração das gentes. Corre seu sangue no chão regado, entre o começo e o fim, pavor de vida. Mas os mares estão revoltos. O choro em ondas a naufragar o marinheiro solitário que não sabe a razão de ter se plantado tão longe deste mar... Mar vermelho... sopro intenso que arremessa para as alturas, onde ciganas não leem a sorte, pois a sorte já está lida no ouro exposto à luz do dia.
Ao redor de uma fonte, o frade colide sua coreografia sedenta com as guirlandas das abelhas que chegam ao jardim. Dançam e beijam a água na manhã de abril. Flores, fecundo mistério das colisões. Mistério de parto, de avesso de coisa, escorregado tal sabão para sonhar no mundo, 1975. Início do martírio da alma profundamente espiritual.
Definitivamente, nas mãos fortes a vida destroçada. O profundo silêncio do piano e do violino quebra a vidraça neurastênica. Muriçocas desafinam com seus zunzuns os violinos que dormitam. Os sons que poderiam ser e que não se engendraram. Onde estão os astros: Picasso, Mozart, Shakespeare? Sonhos não nascidos e não amados daqueles que quase se tornaram boa coisa na vida. Bom seria mesmo viver sem aflição, e poder ver verdadeiramente o girassol ao pôr do sol, serenamente findo. Mas a configuração do palco não permite aplausos, finda a música, finda a luz, o calar é uma clave iludida na multidão. 
De repente desponta o sol, como água a ilibar o coração do frade que se abre como os girassóis. “A obra é completa quando nos encerramos. Até lá, não.”
O frade desce o monte. Emanuel lhe aponta a serpente emplumada. Então se alongam seus versos pelo pórtico, como plumas de palavras que o guiam pelo mistério da poesia. A solidão é o porto, ofídia verdade. Pacífico, gira e gira e gira e gira na luminosidade do amor... “palavra até então adormecida no poema”. A pedra ingrata, grata dobra-se em rocha, explosão de A a Z, constelação de segredos. Do céu, degredo, do céu, a ilha. Noite e noite sempre, noite e noite alta, muito alta, ainda mais alta, noite estrelada, noite Van Gogh. E na terra, o Cristo Redentor de braços abertos indiferente à loucura dos hospitais e hospícios, às favelas, à miséria, aos pobres e mendigos, aos moradores de ruas e às crianças pedintes, às meninas e aos meninos abusados, à fome de uma nação tão rica e tão surda. É carnaval!
Dança a alma indômita, felina, com seu traje carnavalesco: a bandeira nacional; na praça dos Três Poderes em Brasília. É carnaval! É carnaval.
O frade, com coração de poeta, escuta o grito deste chão. Finca na sua terra a estaca de uma nova bandeira. E esplêndida, sob os pés, nasce a flor da lama. Tão bela, tão bela que faz o coração tremer. O poema aconteceu. Sonho. Qual um beija-flor, voou ondulante para pousar e encerrar no cume da montanha, onde o poeta paira numa nuvenzinha sobre o mar. E cai a chuva, caudalosa, no silêncio, lavando tudo, tudo. Tudo está consumado. E a vida. O frade e Deus. E Deus viu que tudo era bom.
O frade volta à sua cela. Histericamente, acorda ao som dos tique-taques, dos trrriiiinnnnn. O sino badala nas torres da igreja. É chegada a hora. O Frade sai de sua abstração e enfrenta o poema concreto. Os ponteiros quebrados lhe avisam a dimensão. Morrer é caro demais. E as horas passam em todos os relógios do mundo. O tempo não precisa de relógios, o mundo nasceu sem relógio. Mas o homem marca o mundo com seus ponteiros e exige momentos, hora marcada. O cuco sai de sua porta, sem que lhe batam: toc toc. O mundo não para. E por mais que se reguem os girassóis, à noite, eles dizem: não...

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*Márcio Moraes – escritor e poeta mineiro.

Graduado em Letras Português, especialista em Linguística e pós-graduando em História Sociedade e Cultura. Professor de Literatura, Língua Portuguesa e Redação. Natural de Montes Claros (MG). Participante ativo do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, sendo um dos poetas homenageados no XXII Psiu em 2008. Autor dos livros de poemas Genuíno (2007) e Via Crucis (2009). Possui trabalhos publicados em Coletâneas e Antologias do Psiu Poético, Belô Poético, Poetas de Todos os Cantos, Faces Contemporâneas da Poesia Brasileira, entre outras. Alguns de seus poemas, crônicas e contos foram premiados em concursos literários, entre os quais: Concurso Literário Prefeitura de Suzano 2009; Concurso Gioconda Labecca 2010; Concurso de Crônicas da Universidade Federal Uberlândia 2010. Colabora com a imprensa de Montes Claros com publicações de crônicas, poemas e resenhas literárias. Possui publicações de artigos científico-literários em anais e revistas literárias no âmbito acadêmico. Além de poeta, Márcio Moraes também é músico. 

Fonte: UBE (União Brasileira de Escritores)