quarta-feira, 30 de março de 2011

CARONA

Quando eu desci do carro
Disse agradecido
Como à moda de alheio costume:
‘É aqui que eu me escondo’.
Depois fiquei acanhado
Porque é tão óbvio dizer
Coisas tipo ‘me escondo’
Em tal e comum deslugar...
Inconformado voltei
(Ai, ninguém entendeu nada!)
Entrei no carro outra vez
Saí e disse re-inédito:
‘É aqui que eu me abrigo
Das chuvas quando elas chovem
Mas se venta
E vêm tempestades
Abro as portas e as janelas
Abro os braços
Acendo velas
E espero
Confiante
Que entre a primeira coisa
E esta última anunciada
Um raio do céu nos parta!

Quer entrar?’

Antonio Fabiano
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2 comentários:

  1. Jaécia Bezerra de Brito31 de março de 2011 às 23:20

    Caríssimo, bem vento e iluminado que é, seu recanto nos leva para a poesia; carona bem aceita para deixar os escondidos à mostra. Fenômeno de arrastar sensibilidades poeta teu canto; eu menina desvairada vou voando confiante nas tempestades. Muito agradecida por sua existência e amizade

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  2. Francinaldo me recomendou vosso blog, gostei do que vi por aqui, parabéns! passo a acompanhar vosso passo nos caminhos da letra.
    Mantenho um espaço onde escrevo alguns devaneios, confere lá: http://sertaodeverso.blogspot.com/

    Com açuca e com afeto,

    Cristóvão Júnior

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